Delegada de Cachoeira rebate acusações do Major da 27ª CIPM

A Drª Márcia delegada titular de Cachoeira – BA concedeu entrevista ao repórter Wagner Franco da Radiovox, respondendo as acusações do Comandante da 27ª CIPM (Companhia Independente de Polícia Militar) responsável pela segurança pública do Recôncavo da Bahia. A chefe da polícia civil diz que denúncias não procedem e que o Major tem problemas pessoais com a Polícia Civil.

A Denúncia

“Não procede, acho que ele queria chamar a atenção e está conseguindo, acredito que ele esteja com problemas pessoais com a Polícia Civil ou esteja sendo instrumento de alguém que queira macular minha imagem, gostaria que ele apresentasse provas, pois é fácil chegar em uma emissora de rádio e fazer acusações e posteriormente ficar por isso mesmo, primeiro ele teria que apresentar provas para depois acusar pois assim teria maior veracidade, mais ele foi infeliz nessa acusação, ele se guiou em suposições mais isso não indica que esteja mesmo acontecendo, forma que nós profissionais não devemos adotar”.

Providências Judiciais

A delegada já informou o fato aos seus superiores sobre as acusações do Major Domingos Correia, “Estou tomando todos os procedimentos diante dos meus superiores que irá me orientar, já acionei meus advogados para que entrem com uma ação, pois a pessoa tem que ter certeza do que está falando, e para acusar alguém de tráfico de drogas tem que ter a prova material para depois noticiar nos veículos de comunicação”.

Jorge Cabeção

Sobre a prisão do ex-policial civil Jorge Cabeção, onde o Major Domingos Correia em entrevista alegou que o elemento trabalhava para Delegacia de Cachoeira quando foi preso, e supostamente Drª Márcia não lavrou o flagrante, ela respondeu da seguinte forma: “Não defendo policial que comete delitos e realizei sim o flagrante, mais foi uma diligência atrapalhada e com falta de comunicação. O comandante da guarnição na época não teve uma comunicação direta comigo e nem com a Delegacia, eu estava trabalhando em um escala extra de trabalho, daí resolveram ligar para a Juíza informado que iria apresentar o elemento em outra DEPOL porque eu não me encontrava, sendo que estava na cidade e como disse em escala diferente pois estava tendo festa, mas eles levaram o acusado para Santo Amaro, chegando lá teve que retornar pois o delegado informou que Cachoeira tinha uma delegada, quando eles apareceram na DEPOL e lavrei o flagrante”.

Acusação Sobre Cristiano

Cristiano trabalhou na delegacia de Cachoeira por diversos anos, era funcionário aprovado pelo Regime Especial de Direito Administrativo REDA, segundo o Major é acusado de tráfico de drogas, porém a delegada desmenti a versão, “Bom, não sei qual o problema dele com este funcionário pra acusá-lo tão grave desse jeito, ele (Cristiano) teria que ter uma antecedente criminal, respondendo alguma ação ou processo nessa modalidade de crime para depois vir acusação, na residência dele deveria ser encontrado drogas ou ter sido preso em flagrante, enfim ter uma acusação para que eu fosse taxado de conivente, ele saiu porque acabou o contrato, não que ninguém tirou ele daqui e não irei deixar de falar com a pessoa só porque deixou de ser funcionário da Depol”.

Suspeitas sobre fugas na DEPOL

A Delegada ironiza as palavras do Comandante da PM na Região sobre fugas que ocorreram na Depol de Cachoeira, “O Major agora está fazendo trabalho de Juiz e Promotor, pois pra se fazer uma acusação dessa teria que ter provas completas transitar em julgamento até ser sentenciado e condenado, ao dizer que o policial do plantão do último 30de julho facilitou as fugas do presos, pra dizer isso ele ( Major) tem que provar. Sempre me dei bem com o poder judiciário, acredito que isto é coisa de pessoas que não estão contentes com algumas atitudes apresentadas pela minha pessoa e vem com estas fofoca.

A Pirâmide x PMS

A Drª Márcia esclareceu a questão da pirâmide em Maragojipe, cidade onde a mesma trabalhou em substituição a titular que tinha exercido direito de férias, ela aproveita para inocentar supostos PMS que poderiam ter participado, “Tudo fui apurado, existem processos e procedimentos que estão sendo adotados na Delegacia de Maragojipe que o Major deveria esclarecer esta situação que foi prolatada na época, a população tinha direito de um esclarecimento dele como Comandante em relação aos comandados dele que são pessoas inocentes”.

“Em relação ao policial militar que estava fazendo a investigação sobre tráfico de drogas só pecou quando perdeu seu aparelho celular no fim dos trabalhos, sendo que o aparelho foi usado e levado a rádio, isso que ele deveria defender os comandados inocentes que estão sofrendo com a situação, pois fica ruim para imagem da PM, para que as pessoas não fiquem envolvendo nomes de policias nesta situação, era com isso que ele deveria se preocupar, ao menos defender seus comandados e não ficar se preocupando comigo, com meu trabalho, tentando macular minha imagem. Ele cometeu vários crimes contra minha pessoa, inclusive de discriminação racial a forma que ele se dirigiu foi desrespeitosa e discriminatória”.

“Agora ele vai responder tudo que falou sobre mim, pois irei processá-lo, se alguém lhe induziu a cometer estes atos infelizes, deveria ter alertado que teria que ter as provas concretas, porque ele vai ser processado. Só quem sofre com isso é o povo, pois pensei que estava trabalhando em conjunto com a PM na tentativa de recaptura Junior e Neguinho, mais me enganei. Agora ficar supondo que houve facilitação e não querer dá apoio para capturar os marginais, não é assim, está levando para lado pessoal”!

O trabalho na DEPOL

A Drª Márcia destacou que sempre teve bons laços profissionais com as autoridades judiciais, “Sempre me dei bem com o poder judiciário, acredito que isto é coisa de pessoas que não estão contentes com algumas atitudes apresentadas pela minha pessoa e vem com estas fofocas”. A mesma afirmou ter 9 anos como delegada de Cachoeira e 12 como profissional, que diversas prisões foram realizadas por sua equipe de trabalho nesse período, e nunca se negou efetuar flagrante dos acusados encaminhados pela PM, todos os esforços estão sendo realizados pela polícia civil para recapturar Júnior e Neguinho, acusados de tráfico de drogas, roubo a mão armada e homicídios, foragidos desde de agosto. Segundo a delegada ela não ficará “quieta” enquanto não colocar novamente esses dois na prisão.

Agradeceu a Câmara de Cachoeira pelo título de cidadã, “Me sinto feliz pelo trabalho desenvolvido e ser reconhecida através do titulo de cidadã cachoeirana, isto é fruto de um trabalho que vai continuar independente de qualquer situação, pois se fosse uma profissional da forma que fui taxada pelo Major, eles não teriam nem citado meu nome para tamanha agremiação” – finalizou a Delegada Márcia Gonçalves.

Fábio Santos