Judiciário entra em campo e proíbe o fabrico das espadas de fogo em Cruz das Almas

Por André Eloy: Como já era previsto, o Poder Judiciário manteve a decisão tomada no ano passado e proibiu o fabrico das espadas de fogo de Cruz das Almas. Muito embora os espadeiros ao longo dos últimos meses, através da associação, tentaram organizar a tradição da fabricação e queima das espadas de fogo, o Poder Judiciário entendeu como ineficiente o esforço e continua com a interpretação com base no Código Penal Brasileiro de que as espadas são ilegais. É preciso fazer justiça e destacar o trabalho e a organização desempenhada pelos espadeiros, com o apoio do Vereador Antonio Paulino (PMDB), que capitaneou essa empreitada e amadureceu a idéia da criação da associação dos espadeiros, marco histórico. Discordo da decisão do Poder Judiciário, apesar dos impeditivos legais, o salitre, o enxofre e outros subprodutos da pólvora das espadas continuam sendo comercializados livremente em Cruz das Almas e maioria dos espadeiros já adquiriram os seus materiais, por outro lado nada foi feito pelo poder público municipal para mediar, organizar e regulamentar as tradicionais espadas. Literalmente, empurram com a barriga. Realmente é muito perigosa a fabricação artesanal em domicílios, mas é preciso regulamentar, a princípio, a venda dos produtos, em seguida, o fabrico e, depois, a queima das espadas. A comercialização dos produtos e o fabrico podem ser regulamentados através da legalização das espadas, isso só será possível com o apoio técnico do Exército Brasileiro, se outros fogos de artifícios (foguetes, chuvinhas, cobrinhas, bombas, etc) são fabricados, comercializados e queimados, as espadas podem e devem ser enquadradas em uma legislação, no entanto, somente os espadeiros e a associação não conseguiram esse feito, é preciso apoio e sensibilidade dos Poderes Constituídos e da Prefeitura.