AGU pede bloqueio de bens do Projeto Tamar e condenação por improbidade administrativa
Um processo da Advocacia-Geral da União (AGU), que tramita na Justiça Federal, pede o bloqueio de bens, o cancelamento do certificado de filantropia e condenação por improbidade administrativa do Projeto Tamar, criada com o objetivo de proteger tartarugas marinhas na faixa litorânea brasileira. De acordo com o jornalista Lúcio Lambranho, do site Papel Social, a ação tomou como base conversas telefônicas gravadas e documentos apreendidos na Operação Fariseu da Polícia, Receita e Ministério Público Federal. O inquérito teria descoberto que fundação pagou para que um integrante do Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) e um advogado fraudassem a concessão do documento que dá à entidade o direito de ser filantrópica. Os dois, contratados pela entidade como consultores, foram presos em março de 2008. Um deles, o advogado Luiz Vicente Dutra, afirmou, nas escutas, que estava com “quatro conselheiros do CNAS [Conselho Nacional de Assistência Social]” e que ia “vender as tartarugas”. O segundo consultor foi o então suplente de conselheiro do CNAS, Euclides da Silva Machado. Uma das principais provas da acusação é uma carta enviada por ele para o então diretor da Fundação Tamar, Victor Partiri, em que diz que “o Tamar por si só, não pratica comprovadamente assistência social”. Entre as principais denúncias, consta que a empresa incluía as visitas dos turistas às bases do projeto no litoral brasileiro como atendimento gratuito para fins de assistência social e realizavam manobra contábil para considerar como gratuidade todas as despesas com mão-de-obra das rendeiras contratadas pela fundação para confecção dos suvenires. De 2003 a 2005, o Tamar faturou mais de R$ 32 milhões com venda de brindes com a marca do projeto.
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