Chevrolet testa desempenho da nova picape S10 na região do Recôncavo

Avaliar veículos recém-lançados é sempre mais interessante, ainda mais com produtos que fizeram a história recente da indústria automotiva nacional, como o Fiat Uno, que mudou há dois anos, e agora a Chevrolet S10, picape que foi campeã de vendas em seu sub-segmento (o de picapes médias) pelos últimos 16 anos.

Nos 2.320 km que rodei com a S10 por ruas e estradas da Bahia as pessoas olhavam com admiração para o novo veículo. Quando tinham oportunidade, como em postos de combustíveis, sempre elogiavam o novo desenho e perguntavam como era o desempenho.

Para entender o funcionamento da nova picape, ela foi submetida a vários testes. Saí de Salvador em direção ao Sudoeste do estado, passando pelas estradas federais (BR) 030, 324 e 116 e estaduais (BA) 026, 161 e 250. São diversos tipos de asfalto, alguns em bom estado e outros já sem cobertura, como a BA 161, além de trechos de terra, com e sem cobertura de cascalho. A picape também fez uma viagem pela 093, na região do Recôncavo.

POSITIVO
Nesta avaliação, o ponto alto foi o conjunto motriz da S10. O motor MWM 2.8 Turbodiesel, que tem bloco de ferro fundido, cárter e cabeçote feitos em alumínio, utiliza um turbo de geometria continuamente variável desenvolvido pela Garrett. Esse propulsor gera 180 cv de potência a 3.800 rotações por minuto e 47,9 kgfm disponíveis já a 2 mil rpm. Em qualquer situação, o motor atendeu muito bem, inclusive com a picape carregada.

A unidade avaliada estava equipada com uma caixa automática de seis velocidades, que tem opção de trocas manuais. Outro ponto positivo da picape. Com esse conjunto, foi possível rodar 8,4 km com um litro de óleo diesel na cidade e 11,8 km na estrada (com velocidade cruzeiro de 100 km/h).

PODE MELHORAR
O que não agradou foi a suspensão. Formada por um conjunto independente, braços articulados, molas helicoidais e amortecedores telescópicos hidráulicos pressurizados a gás de alto desempenho na dianteira e feixe de molas semielípticas de 2 estágios, amortecedores telescópicos hidráulicos pressurizados a gás de alta performance na traseira. Ela é macia até demais, o que faz com que a picape oscile muito em estradas com pavimentação ruim e incline demais em curvas de alta.

A direção hidráulica poderia ser um pouco mais rígida, o que deixaria a picape com um comando mais direto. Certamente nos modelos equipados com
tração nas quatro rodas a distribuição de força para o eixo dianteiro (quando
acionado) deixaria a frente mais firme. De qualquer forma, a picape conta com controles de tração e estabilidade e ROP (Roll Over Prevention).

A ergonomia é completamente diferente da picape antiga. Agora, o motorista e os ocupantes, inclusive do banco traseiro, têm posições muito melhores. Nessa versão (LTZ), o motorista tem até ajuste elétrico do banco. Em relação ao acabamento, só chama a atenção negativamente a tampa do porta-objetos do console central, que serve como apoio de braços, o acabamento da tampa é muito áspero e poderia ser forrado em couro. Mas, o que faz muita falta é um sensor de obstáculos na traseira, que ajudaria nas manobras e agregaria segurança nas manobras de estacionamento, sobretudo quando o veículo está sendo carregado.



EQUIPAMENTOS
Por dentro, as coisas melhoraram muito. A versão LS, com qualquer motorização, já sai de fábrica com ar-condicionado, direção hidráulica, freios com ABS, computador de bordo e banco do passageiro maior, para acomodar dois ocupantes. Nas versões cabine dupla e simples, com ambas as motorizações, a versão LT é a intermediária da linha e, além dos itens da versão LS, traz itens
como: alarme antifurto, dois air-bags frontais (cabine dupla), cobertura do piso em carpete, chave canivete, coluna de direção regulável, desembaçador do vidro traseiro, farol de neblina, gancho de reboque dianteiro, retrovisores com luzes indicadoras de direção, tampa traseira com chave (cabine dupla), travas elétricas, rodas de liga leve aro 16, CD player/MP3 com Bluetooth, entrada
mini-usb e entrada auxiliar, piloto automático com controles no volante e vidros elétricos nas quatro portas, mas com um toque apenas para o do motorista.

A LTZ, que existe apenas na versão cabine dupla, com todas as opções de motor, tração e câmbio, oferece os mesmos itens que a LT. E conta ainda com ar-condicionado digital, bancos do motorista com ajustes elétricos, controles do sistema de som, áudio e piloto automático no volante, luz de neblina traseira, lanternas traseiras em LED, regulagem elétrica dos faróis, bancos revestidos em couro, alavanca de câmbio, maçanetas externas com acabamento cromado, rodas de liga leve aro 17, pneus 255/65R17 e para-choque traseiro com molduras cromadas, estribos laterais e rack de teto.

COMPRANDO
Com preço inicial de R$ 58.868, na versão LS 4x2 com cabine simples, a picape média da Chevrolet é oferecida em 12 diferentes configurações, que se dividem entre motores diesel e a etanol e/ou gasolina, cabines duplas e
simples, tração 4x2 e 4x4 e ainda três níveis de acabamento e equipamentos: LS, LT e LTZ.

A testada pelo AUTOS, a LTZ 4x2 com motor diesel e câmbio automático, custa R$ 117.400. O único opcional disponível é a pintura metálica, que custa R$ 1.260. Acima dessa configuração existe apenas mais uma, que tem tração 4x4 e custa R$ 135.250. Em nossa opinião, se o cliente não puder desembolsar o valor da versão topo de linha, é melhor adquirir a versão intermediária LT com tração 4x4 e câmbio automático por R$ 113.400. A maior diferença fica no ar-condicionado, que é analógico (digital na LTZ), nas rodas, que passam a ser de 16 polegadas (na LTZ é de 17), e o acabamento dos bancos, que é de tecido. Bancos e rodas podem ser substituídos a qualquer momento, já a opção para tração nas quatro rodas tem que sair de fábrica. A garantia total, para qualquer versão, é de três anos.

RIVAIS
O mercado de picapes médias no Brasil vive um ótimo momento. Além da renovada S10, o consumidor tem à disposição a Mitsubishi L200, a Nissan Frontier, a Toyota Hilux e a VW Amarok. No início de junho chega ao mercado a Ford Ranger, completamente renovada.