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quarta-feira, 9 de maio de 2012

AL: Clima tenso na discussão do Projeto de lei do 'pãozinho baiano'


(Por Fernanda Dourado)

Clima tenso. Assim, foi a audiência pública na Comissão de Agricultura da Assembleia Legislativa da Bahia que discutiu o projeto de lei de autoria do deputado estadual Mário Negromonte Júnior (PP) que determina a adição de no mínimo 10% de fécula de mandioca à farinha de trigo na fabricação do pão no estado da Bahia. A reunião durou três horas - tempo suficiente para um debate muito acalorado, cheio de questionamentos e alfinetadas. Em vários momentos os ânimos dos participantes ficaram acirrados. O presidente do sindicato de Panificação Mário Piton – que não concorda com a proposta do deputado progressista – usou a palavra para questionar o teor do projeto. “ A proposta cria reserva de mercado à fécula de mandioca. O que impede a gente comprar farinha de trigo na Argentina? A proposta não representa o que o deputado tenta colocar. Desconfio que já vi esse projeto em algum lugar”, alfinetou Piton ao referir-se que o deputado tinha copiado a proposta da internet. O vereador Max Passos, presidente da Câmara Municipal de Cruz das Almas, saiu em defesa de Mário Negromonte. “Sou legislador e não vejo problema algum de copiar uma proposta interessante. Um exemplo é a lei antibaixaria da deputada Luiz Maia (PT) – aprovada pela Casa- e que muitos vereadores já copiaram nos municípios”, afirmou o Chefe do Legislativo Municipal do Cruz das Almas.


Durante três horas os deputados debateram a proposta do deputado Mário Negromonte Júnior sobre a adição de fécula de mandioca à farinha de trigo na fabricação do pão na Bahia

O deputado estadual Mário Negromonte (PP) – que é conhecido pela tranqüilidade - ficou inquieto em alguns momentos – e chegou até a falar Piton deveria se candidatar ao Parlamento para questionar alguns pontos da proposta. “Vamos primeiro esgotar a proposta. E só depois entrará na pauta de votação. Aqui ninguém quer fazer nada para prejudicar e nem favorecer a qualquer um que seja”, afirmou o progressista. O pesquisador da Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Joselito Mota, estuda a mandioca há mais de 20 anos e defende o uso da raiz na fabricação do pão. “O sabor não muda. Fica igual ou até melhor”, afirmou. Para o presidente da Comissão de Agricultura, deputado Luis Augusto (PP), o debate foi muito proveitoso. O parlamentar até indicou o deputado Carlos Brasileiro (PT), para ser relator da proposta, mas ainda espera a resposta do petista. “Indiquei Brasileiro. Ele acompanhou o debate desde o início e é da Comissão”, afirmou o progressista. No final do encontro, o deputado Mário Negromonte distribuiu o pão feito de farinha de trigo e com fécula de mandioca. O clima ficou menos pesado quando o deputado Mário Negromonte disse que o pão de fécula de mandioca era da cidade de Cruz das Almas -da Padaria de Ipiranga , jáo de farinha de trigo era da padaria Delicia - que é de propriedade de Mário Piton - ferrenho opositor ao projeto. Informaçõs do Bahia Repórter

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