Bomba na economia baiana: JAC Motors interrompe instalação de fábrica em Camaçari

A montadora chinesa JAC Motors desistiu do seu plano de expansão de concessionárias e fábricas no país, inclusive a que estava prevista para ser construída em Camaçari, na Bahia. O motivo, segundo contou ao jornal Folha de S.Paulo neste domingo (29), é o alto custo do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) pago pela concessionária. Os carros importados pela JAC pagam IPI de 36,5%, já os populares nacionais pagam 6,5%. O anúncio foi feito pra tentar fazer o governo federal baixar o decreto feito no início do ano para facilitar a entrada de estrangeiros no país. "O governo prometeu que baixará o decreto em agosto. Vamos esperar. Mas, sem as regras definidas, não temos como fazer a fábrica na Bahia nem aumentar a rede", diz Sergio Habib, presidente da JAC Motors no Brasil. Com o fim do decreto, a JAC espera que o valor do IPI seja o mesmo dos nacionais: 6,5%. Assim, os planos para a instalação da fábrica seriam retomadas, já em 2014. "A medida foi drástica já quando adotada. Mas o dólar à época estava a R$ 1,70. Agora, com o dólar a R$ 2, a operação toda ficou muito cara. Por essa razão é que, sem o decreto do governo rebaixando o IPI, não temos como pensar em aumentar as revendas e muito menos em construir a fábrica na Bahia". O investimento da instalação foi anunciado em R$ 900 milhões. No âmbito estadual, a montadora contará com os benefícios estabelecidos no Proauto, que prevê deferimento de 100% do Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviço (ICMS), isenção dos impostos para importação de máquinas e equipamentos, entre outros. Fábrica terá capacidade para produzir 100 mil veículos anuais, em dois turnos, e vai criar 3,5 mil empregos diretos e 10 mil indiretos. Além disso, será construído um centro de estilo e design, que vai empregar mais 50 profissionais; uma pista de testes no nível do mar e uma área alfandegada, para facilitar a transação de importação e exportação. O governo garante ainda o investimento de cerca de R$ 100 milhões de recursos do PAC para a ampliação e modernização do Porto de Aratu, por onde a produção será escoada. (Correio)