Brasil tem um policial morto a cada 32 horas

Um policial é assassinado a cada 32 horas no país, revela levantamento feito pela Folha nas secretarias estaduais de Segurança Pública. De acordo com esses dados oficiais, ao menos 229 policiais civis e militares foram mortos neste ano no Brasil, sendo que a maioria deles, 183 (79%), estava de folga. O número pode ser ainda maior, uma vez que Rio de Janeiro e Distrito Federal não discriminam as causas das mortes de policiais fora do horário de expediente. O Maranhão não enviou dados. São Paulo acumula quase a metade das ocorrências, com 98 policiais mortos, sendo 88 PMs. E só 5 deles estavam trabalhando. O Estado concentra 31% do efetivo de policiais civis e militares do país, mas responde por 43% das mortes desses profissionais em 2012. Pará e Bahia aparecem empatados em segundo, cada um com 16 policiais mortos. Para Camila Dias, do Núcleo de Estudos da Violência da USP, o número é elevado. "Apenas para comparação, no ano de 2010 foram assassinados 56 policiais nos EUA." Segundo ela, a função desempenhada pelos policiais está relacionada ao alto número de mortes, mas em São Paulo há uma ação orquestrada de grupos criminosos, que leva ao confronto direto com a Polícia Militar. Os PMs foram as principais vítimas, no Brasil e em São Paulo: 201, ante 28 civis. Leia mais em: Uol

Palavras de um Policial:

"Espero que a população entenda o quanto é sacrificante esta profissão. Todos os seres humanos são merecedores de respeito, mas, acho que aquele que abdica da sua própria segurança em nome de uma sociedade egoísta e egocêntrica, merece muito mais que isso, merece admiração. Não digam que é simplesmente pelo salário, pois, todos nós sabemos das lutas da classe por mais reconhecimento, além do mais, somos capazes de exercer qualquer outra função melhor remunerada, em qualquer outro lugar. Quem é policial, faz por gosto, seja de vestir uma farda, seja de fazer valer a lei. Sabemos que o policial sai do seio da sociedade, assim como médicos, professores ou juízes, toda uma gama de profissionais. Quero expressar que se existem maus policiais, existem, também, péssimos médicos, professores displicentes, juízes que vendem sentenças, enfim, não são os policiais, médicos, professores ou juízes que são ruins, mas, alguns seres humanos que fazem parte destas classes que mancham estas instituições. Chega de generalizar, vamos respeitar os grandes profissionais, em todas as classes."