Saúde: Redução de idade para cirurgia gera discussão
Os pacientes devem passar por avaliação clínica e cirúrgica, além de acompanhamento
A decisão do Ministério da Saúde, que determinou a redução da idade mínima para a realização de cirurgia bariátrica de 18 para 16 anos, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), retomou a discussão sobre a idade, a necessidade e consequências desta intervenção cirúrgica. A determinação entra em vigor neste ano.
O Ministério da Saúde explica que a iniciativa foi tomada a partir de estudos que indicam uma perspectiva crescente da obesidade entre os adolescentes, como a Pesquisa de Orçamento Familiar de 2009 (POF).
Na faixa etária de 10 a 19 anos, 21,7% dos pesquisados apresentaram excesso de peso. A endocrinologista Cecília Bourbuat acredita que o tratamento precoce da obesidade pode amenizar problemas correlatos, como as doenças cardiovasculares.
A indicação da cirurgia para adolescente segue as mesmas orientações para adultos. Antes do procedimento, o paciente entre 16 e 65 anos deve passar por avaliação clínica e cirúrgica e ser acompanhado por uma equipe multidisciplinar por cerca de dois anos. "Esta fase pede bem atenção, pois o paciente é submetido à dieta, exercícios físicos. além do acompanhamento psicológico", acrescenta Cecília.
Além disso, o candidato deve apresentar quadro de obesidade mórbida com risco de morte ou índice de massa corporal superior a 40, além de sofrer de patologias como hipertensão e diabetes.
O cadastro inicial é feito em uma unidade municipal de saúde onde o paciente preenche um formulário de solicitação do serviço e é encaminhado Centro de Endocrinologia da Bahia (Cedeba), segundo a diretora do Núcleo de Obesidade da instituição, Teresa Arruti.
Já no Cedeba, o candidato passa por uma avaliação e, se for comprovada a necessidade, passa para a fase de consulta em hospital habilitado.
O Cedeba também é responsável pelo acompanhamento da equipe multidisciplinar. "A indicação é para os casos de obesidade que não responderam a outros tipos de tratamento, além de ser necessário um acompanhamento psicológico antes e depois da cirurgia", explica a endocrinologista Cecília. A Tarde
Marcadores: Saúde
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