Deputado Aleluia: "Optei pela transparência"

Embora tenham salários e benefícios maiores que os parlamentares da Assembleia Legislativa da Bahia, os deputados federais baianos acumularam um crescimento patrimonial inferior ao dos seus colegas que atuam no Estado, entre 2006 e 2010. São 39 representantes baianos na Câmara dos Deputados, dos quais 28 tiveram aumento do valor de seus bens, de acordo com declaração feita à Justiça Eleitoral. Juntos, o crescimento foi de R$ 15,5 milhões ou 61,8%. Na Assembleia, o patrimônio dos deputados cresceu 89% – R$ 23,4 milhões em valores absolutos.

Embora o número de deputados na Assembleia seja maior (63), o que torna inadequada a comparação em valores absolutos, é possível comparar o percentual dos aumentos – parlamentares da Bahia enriqueceram mais do que os federais. O salário líquido de um deputado estadual é cerca de R$ 9 mil, enquanto a remuneração da Câmara dos Deputados, líquida, está em aproximadamente R$ 12 mil.

Além dos 28 federais que aumentaram o patrimônio, um não teve variação e outros oito perderam bens. Dois deputados (Fernando de Fabinho e Félix Mendonça, ambos do DEM) não foram incluídos no levantamento porque não se candidatarão neste ano.

Apesar de, no geral, os deputados estaduais terem enriquecido mais, foi na Câmara Federal que houve o maior crescimento individual. O deputado José Carlos Aleluia (DEM), candidato ao Senado, passou de um patrimônio de R$ 2,5 milhões em 2006 para R$ 4,9 milhões em 2010 (variação de 92%). Foi um crescimento maior que os R$ 2,1 milhões do estadual Fernando Torres (DEM), o primeiro do ranking da Assembleia.

O aumento nos bens de Aleluia se deu pelo crescimento na participação em empresas. O deputado tem cotas da Lebre Tecnologia e Informática, da Mototrail Comércio de Veículos, Moto e Trilha, Trilha Sul Motos e Ecoincorp Empreendimentos. Segundo ele, os rendimentos vieram dos lucros dessas empresas. “Elas pertencem à minha família, não estão diretamente em meu nome, então eu poderia até não ter declarado, como muitos fazem, mas optei pela transparência”, explicou.

Fonte: Aguirre Peixoto, do A TARDE