História do Carnaval de Salvador
Você sabia?
O Carnaval de Salvador é conhecido no mundo inteiro. E como o sinônimo de alegria e diversão garantida na estação do sol e calor, merece que seus futuros foliões saibam como tudo isso começou. A tão esperada festa possui uma história interessante, que vem desde a Grécia Antiga. Passando pela Fobica e a mortalha, até chegar no adabá e no trio elétrico.
O História do Carnaval
O carnaval é uma festa popular que acontece em locais de religião católica e é realizada nos dias que antecedem a quaresma. Entretanto, a origem mais antiga e conhecida do carnaval possui diversas versões. Uma delas consiste no momento em que os católicos eram proibidos de comer carne – a véspera de quarta-feira de cinzas – por volta do século XI e XII.
Outra versão para a origem dessa festa perpassa os festejos pagãos que homenageavam o início do Ano Novo. Há também quem acredite que os festejos carnavalescos tenham começado em Roma. Mas um dos símbolos do carnaval – o Momo – está ligado ao deus Baco e à Grécia arcaica.
A Bahia- Brasil
O carnaval no Brasil veio junto com a colonização. Trazido pelos portugueses, possuía o nome de "entrudo" - uma espécie de introdução à Quaresma. Mas a festa que chegou ao país estava recheada de brincadeiras de mau-gosto, como molhar as pessoas nas ruas ou em suas as casas, não se importando se era gente doente ou idosa e até, atirar objetos com substâncias mal cheirosas. Em 1853, a festa começou a ser reprimida pelos policias e segregada entre os participantes, em carnaval de salão (com brancos ricos) e o carnaval de rua (com pobres e negros).
A festa de Entrudo não era de acesso de todos. Pois de acordo com as regras da época, não eram todos os habitantes que possuíam moral para freqüentar os bailes. Tendo em vista esse fator, as próprias autoridades policiais começaram a estimular o carnaval de rua com todos mascarados e fantasiados. E assim, os grandes bailes e grupos de carnaval começaram a ganhar força. O ponta pé inicial para o carnaval que temos hoje.
À medida que o carnaval de rua ganhava força entre as camadas populares iam surgindo grupos organizados e que faziam questão de sair pelas ruas da cidade chamando para a festa – que ainda era muito ligada ao carnaval que era feito na Europa. Aos poucos toda a cidade começava a encarar o Carnaval como rotina da cidade, tanto que em 1882 o Comércio começou a fechar as portas na terça de carnaval.
Surgem os Afoxés
A população negra de Salvador não tinha espaço nos carnavais. E por isso, em 1895 foi criado o primeiro grupo de Afoxé em Salvador. Surgido do candomblé, o primeiro afoxé foi criado por um grupo de estivadores do cais da cidade – os mesmos só saiam para a festa depois de liberados pelas Mães e Pais de Santo.
Alguns anos mais tarde, um outro grupo de Afoxé subiu a Barroquinha e a Ladeira de são Bento e quebrou com o padrão do carnaval feito apenas com os brancos e para os brancos.
Em 1949, foi fundado o Afoxé Filhos de Gandhy pelos, também, estivadores do porto. O nome é em homenagem ao pacifista indiano. Sobre os “Filhos de Gaandhy” e a sua festa magnífica saberemos mais à frente.
Nasce o Trio Elétrico...
O ano é 1950 e os responsáveis são Adolfo Antônio Nascimento e Osmar Álvares de Macedo. Após assistirem a apresentação de um grupo de frevo em Salvador, Osmar decide reformar um carro antigo que tinha na garagem e levá-lo para a rua. Assim, nasce o Trio Elétrico e a passos largos se torna conhecido e muito querido pelos foliões.
Mas o nome só aparece um ano depois da criação, quando foi levado à rua o primeiro trio de músicos – Dodô, Osmar e Temístocles Aragão. Em 1962, surge o primeiro bloco de carnaval puxado pelo Trio Elétrico: Os Internacionais, que a princípio só tinha a participação de homens. Com o passar dos anos, novos blocos e Trios Elétricos aparecem e com eles as cordas e mortalhas que separavam quem pertencia ao bloco.
O Trio Elétrico está nas ruas e a década de 1970 consagra o carnaval da Bahia. Mas precisamente, na Praça Castro Alves. O local onde os foliões se reuniam para abraçar a festa e curtir até o final. Os anos 70 também trouxeram novidades maravilhosas para o carnaval: a ousadia dos “Novos Baianos” com suas caixas de som instaladas no Trio; o surgimento do bloco afro “Ilê Aiyê”, que fez com que a população negra fosse incluída na festa e pudesse expressar a sua cultura; no mesmo ano – 1974 – os “Filhos de Gandhy” renascem e dá início a luta contra o racismo.
A década de 80 chega e com ela inovações preciosas para o carnaval de Salvador. A primeira delas acontece nos trios elétricos. O ponta pé inicial foi dado pelo bloco “Traz os montes” que instalou no caminhão ar condicionado para manter os equipamentos transistorizados funcionando de forma adequada. Além disso, a percussão foi colocada em cima do trio – não mais nas laterais e foram introduzidos novos instrumentos e cantores.
A novidades não param por ai. Pois bloco Eva, criado em 1980, decide ampliar as inovações ainda mais: contratou engenheiros para reformularem a estrutura do tri elétrico e aperfeiçoou toda a sonorização, que foi importada dos Estados Unidos. Nesse mesmo ano, o Governo do Estado declarou que a sexta-feira antes da semana do carnaval se tornaria feriado.
O público do carnaval crescia claramente, tanto, que os freqüentadores mais antigos da Praça Castro Alves não gostaram dessa “invasão” de foliões. Que agora não faziam mais o uso de mortalhas, mas aderiram ao macacão, shorts e bermudas como indumentária para a festa. E é no ano do centenário da abolição da escravatura, em 1988, que o 1º grande bloco afro – o Olodum – desfila no circuito Barra-Ondina.
O sucesso do Carnaval de Salvador...
As raízes e os percussores do carnaval de Salvador – como Dodô e Osmar e os afoxés – foram os grandes responsáveis pela configuração que a festa possui hoje. O circuito é dividido em 3: Dodô, Barra-Ondina; Osmar, Avenida; e Batatinha, Centro Histórico. Dessa forma, o folião pode escolher onde e como deseja curtir a sua festa.
Atualmente com um total de 227 entidades carnavalescas, o carnaval de Salvador chega a ter cerca de 2 milhões e 700 mil pessoas nos seis dias de folia.
E para que as pessoas que estão na cidade no período de carnaval tenham o máximo de facilidades e segurança durante a festa, Salvador monta um arsenal de postos de informação, postos de saúde e policial, além das centenas de camarotes e arquibancadas espalhadas ao longo dos circuitos. Informações do Intranet do Meio Ambiente.
O Carnaval de Salvador é conhecido no mundo inteiro. E como o sinônimo de alegria e diversão garantida na estação do sol e calor, merece que seus futuros foliões saibam como tudo isso começou. A tão esperada festa possui uma história interessante, que vem desde a Grécia Antiga. Passando pela Fobica e a mortalha, até chegar no adabá e no trio elétrico.
O História do Carnaval
O carnaval é uma festa popular que acontece em locais de religião católica e é realizada nos dias que antecedem a quaresma. Entretanto, a origem mais antiga e conhecida do carnaval possui diversas versões. Uma delas consiste no momento em que os católicos eram proibidos de comer carne – a véspera de quarta-feira de cinzas – por volta do século XI e XII.
Outra versão para a origem dessa festa perpassa os festejos pagãos que homenageavam o início do Ano Novo. Há também quem acredite que os festejos carnavalescos tenham começado em Roma. Mas um dos símbolos do carnaval – o Momo – está ligado ao deus Baco e à Grécia arcaica.
A Bahia- Brasil
O carnaval no Brasil veio junto com a colonização. Trazido pelos portugueses, possuía o nome de "entrudo" - uma espécie de introdução à Quaresma. Mas a festa que chegou ao país estava recheada de brincadeiras de mau-gosto, como molhar as pessoas nas ruas ou em suas as casas, não se importando se era gente doente ou idosa e até, atirar objetos com substâncias mal cheirosas. Em 1853, a festa começou a ser reprimida pelos policias e segregada entre os participantes, em carnaval de salão (com brancos ricos) e o carnaval de rua (com pobres e negros).
A festa de Entrudo não era de acesso de todos. Pois de acordo com as regras da época, não eram todos os habitantes que possuíam moral para freqüentar os bailes. Tendo em vista esse fator, as próprias autoridades policiais começaram a estimular o carnaval de rua com todos mascarados e fantasiados. E assim, os grandes bailes e grupos de carnaval começaram a ganhar força. O ponta pé inicial para o carnaval que temos hoje.
À medida que o carnaval de rua ganhava força entre as camadas populares iam surgindo grupos organizados e que faziam questão de sair pelas ruas da cidade chamando para a festa – que ainda era muito ligada ao carnaval que era feito na Europa. Aos poucos toda a cidade começava a encarar o Carnaval como rotina da cidade, tanto que em 1882 o Comércio começou a fechar as portas na terça de carnaval.
Surgem os Afoxés
A população negra de Salvador não tinha espaço nos carnavais. E por isso, em 1895 foi criado o primeiro grupo de Afoxé em Salvador. Surgido do candomblé, o primeiro afoxé foi criado por um grupo de estivadores do cais da cidade – os mesmos só saiam para a festa depois de liberados pelas Mães e Pais de Santo.
Alguns anos mais tarde, um outro grupo de Afoxé subiu a Barroquinha e a Ladeira de são Bento e quebrou com o padrão do carnaval feito apenas com os brancos e para os brancos.
Em 1949, foi fundado o Afoxé Filhos de Gandhy pelos, também, estivadores do porto. O nome é em homenagem ao pacifista indiano. Sobre os “Filhos de Gaandhy” e a sua festa magnífica saberemos mais à frente.
Nasce o Trio Elétrico...
O ano é 1950 e os responsáveis são Adolfo Antônio Nascimento e Osmar Álvares de Macedo. Após assistirem a apresentação de um grupo de frevo em Salvador, Osmar decide reformar um carro antigo que tinha na garagem e levá-lo para a rua. Assim, nasce o Trio Elétrico e a passos largos se torna conhecido e muito querido pelos foliões.
Mas o nome só aparece um ano depois da criação, quando foi levado à rua o primeiro trio de músicos – Dodô, Osmar e Temístocles Aragão. Em 1962, surge o primeiro bloco de carnaval puxado pelo Trio Elétrico: Os Internacionais, que a princípio só tinha a participação de homens. Com o passar dos anos, novos blocos e Trios Elétricos aparecem e com eles as cordas e mortalhas que separavam quem pertencia ao bloco.
O Trio Elétrico está nas ruas e a década de 1970 consagra o carnaval da Bahia. Mas precisamente, na Praça Castro Alves. O local onde os foliões se reuniam para abraçar a festa e curtir até o final. Os anos 70 também trouxeram novidades maravilhosas para o carnaval: a ousadia dos “Novos Baianos” com suas caixas de som instaladas no Trio; o surgimento do bloco afro “Ilê Aiyê”, que fez com que a população negra fosse incluída na festa e pudesse expressar a sua cultura; no mesmo ano – 1974 – os “Filhos de Gandhy” renascem e dá início a luta contra o racismo.
A década de 80 chega e com ela inovações preciosas para o carnaval de Salvador. A primeira delas acontece nos trios elétricos. O ponta pé inicial foi dado pelo bloco “Traz os montes” que instalou no caminhão ar condicionado para manter os equipamentos transistorizados funcionando de forma adequada. Além disso, a percussão foi colocada em cima do trio – não mais nas laterais e foram introduzidos novos instrumentos e cantores.
A novidades não param por ai. Pois bloco Eva, criado em 1980, decide ampliar as inovações ainda mais: contratou engenheiros para reformularem a estrutura do tri elétrico e aperfeiçoou toda a sonorização, que foi importada dos Estados Unidos. Nesse mesmo ano, o Governo do Estado declarou que a sexta-feira antes da semana do carnaval se tornaria feriado.
O público do carnaval crescia claramente, tanto, que os freqüentadores mais antigos da Praça Castro Alves não gostaram dessa “invasão” de foliões. Que agora não faziam mais o uso de mortalhas, mas aderiram ao macacão, shorts e bermudas como indumentária para a festa. E é no ano do centenário da abolição da escravatura, em 1988, que o 1º grande bloco afro – o Olodum – desfila no circuito Barra-Ondina.
O sucesso do Carnaval de Salvador...
As raízes e os percussores do carnaval de Salvador – como Dodô e Osmar e os afoxés – foram os grandes responsáveis pela configuração que a festa possui hoje. O circuito é dividido em 3: Dodô, Barra-Ondina; Osmar, Avenida; e Batatinha, Centro Histórico. Dessa forma, o folião pode escolher onde e como deseja curtir a sua festa.
Atualmente com um total de 227 entidades carnavalescas, o carnaval de Salvador chega a ter cerca de 2 milhões e 700 mil pessoas nos seis dias de folia.
E para que as pessoas que estão na cidade no período de carnaval tenham o máximo de facilidades e segurança durante a festa, Salvador monta um arsenal de postos de informação, postos de saúde e policial, além das centenas de camarotes e arquibancadas espalhadas ao longo dos circuitos. Informações do Intranet do Meio Ambiente.
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