Ufba: estudantes têm 9 dias para revisão, mas relaxar é muito importante

Três anos de estudo condensados em nove dias. Se para conseguir essa proeza algumas horas de sono tiverem que ser perdidas, que sejam. A partir de hoje, essa é a realidade da estudante Ivna Ferreira, 18 anos, classificada para a segunda fase do vestibular da Universidade Federal da Bahia (Ufba), onde sonha em cursar Arquitetura. “Vou ter que estudar 25 horas por dia”, brinca Ivna. Como ela, outros 11.161 estudantes souberam ontem que estão classificados para as provas dos dias 20 e 21 e vão disputar as 5.120 vagas. Pela primeira vez, a primeira fase das provas para os cursos de Progressão Linear (CPL) foi substituída pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Para Ivna, isso significou uma coisa: incerteza. “Fiz a prova no ano passado para testar e existia um parâmetro, porque sabíamos as notas de corte dos vestibulares anteriores. Este ano, eu não tinha noção”, contou. Com o fim das aulas do 3º ano, a jovem começou um curso de revisão, mesmo admitindo que, depois de fazer o Enem, diminuiu o ritmo. “Eu relaxei um pouco, porque não tinha certeza se minhas notas seriam suficientes”. Agora, ela promete usar bem os próximos dias. “Não vou sair e vou estudar até o último momento, dando prioridade a Física e Química. Só não gosto de abrir mão das minhas noites de sono”, disse.

Quem também vai intensificar os estudos é Caroline Oliveira, 18. Depois de vencer o concurso Redação de Primeira, promovido durante o Projeto Revisão Enem do CORREIO, ela vai fazer a segunda fase do vestibular para Direito. “Tive medo, mas procurei grupos no Facebook, em que várias pessoas postaram suas notas, e me tranquilizei”, diz. Caroline afirma que não parou de estudar nem durante as festas de fim de ano. “Passei o Natal em Recife, mas levei os livros. Ontem (anteontem) fui dormir 1h da manhã, estudando, e não vou mudar minha rotina até o último dia”. Um dos concorrentes de Caroline é Leonardo Macêdo, 17. Além das aulas de revisão, ele diz que estuda três horas por dia em casa. “Não sou neurótico, porque venho me preparando desde o segundo ano”, define. Para ele, quem deixou para estudar agora não tem muitas chances. “É caso perdido, porque é muito conteúdo”. Quem entende do assunto concorda que a situação é mais difícil para quem não está com os estudos em dia. “É bom, pelo menos, treinar a resolução discursiva. Não basta chegar na resposta certa, precisa mostrar todos os procedimentos que levaram ao resultado”, explica o professor de Matemática Adriano Caribé.

Assuntos

O professor ainda dá a dica: “É hora de priorizar os assuntos principais, como as geometrias plana, espacial e analítica, trigonometria, complexos e polinômios”. Se o aluno não leu todos os livros exigidos na prova de Literatura, não precisa desistir, segundo o professor Israel Mendonça, de Redação, Gramática e Literatura. “É importante procurar sites especializados, como de universidades, para ler comentários e resumos sobre os livros. Claro que isso não substitui a obra, mas ajuda, porque a prova é de leitura e análise. Não é decoreba”. Para a prova de Redação, a ordem é se manter atualizado. “É interessante ler revistas e jornais que tiveram retrospectivas dos fatos mais marcantes de 2012, porque os temas que as universidades propõem têm como base os fatos, as notícias”, diz o professor Israel. “O caminho mais seguro é elaborar textos com a maior simplicidade possível, ficando restrito ao que é proposto”, completa o professor.

Manter a calma é o mais importante, de acordo com a psicóloga Eurides Pimentel. “Não adianta ficar ansioso, querendo aprender tudo de última hora, porque não vai adiantar”. Na opinião da psicológa, nos dias que antecedem a prova, cada um deve respeitar seu limite de horas de estudo.
“Mesmo quem estuda muito tempo deve fazer pequenos intervalos depois de um certo período. Na véspera da prova, é bom evitar estudar, ou só estudar até o início da tarde”. Depois disso, a psicóloga diz que a regra é bem clara: descansar e relaxar. (Correio)