Máscaras, cultura e irreverência no carnaval de Maragogipe

Desde a sexta-feira (12) manifestações culturais com máscaras, desfile de blocos e marchinhas, marcam o Carnaval dos “Bons Tempos”, em Maragogipe (133 kms de Salvador), no Recôncavo Baiano. Neste sábado, o Carnaval foi oficialmente aberto pelo prefeito Silvio Ataliba, que entregou as chaves da cidade ao Rei Momo, na Praça da Matriz.

Antes, no mesmo local, aconteceu o encontro das filarmônicas Terpsicore Popular e Dois de Julho. Ainda nesta noite de sábado, uma charanga carnavalesca sairá pelas principais ruas da cidade acompanhada de foliões.

A pluralidade da festa desperta curiosidade. A cabeleireira Cristina Figueiredo, deslocou-se de São Sebastião do Passé, só para conhecer o Carnaval de Maragogipe, curiosa a respeito das características únicas da festa. “Cheguei aqui através de amigos, que me mostraram um vídeo sobre a festa. Já comprei até máscara para desfilar e, se for bom mesmo, só vou embora na terça-feira”, declara.

De acordo com o prefeito Silvio Ataliba, o reconhecimento do Carnaval de Maragogipe é um retorno de tudo que foi construído no passado em termos de tradição. “Os maragogipanos foram persistentes e mantiveram o Carnaval das máscaras. Hoje, existe uma reunião de idades e até as crianças se envolvem e brincam livremente”, ressaltou. A cidade segue ainda a tradição das máscaras de chifre, um outro marco único da folia de Maragogipe.

O artesão Edmilson Pereira,75, começou a confeccionar máscaras este ano. Filho de Maragogipe, ele afirma que sesente feliz em poder ajudar a colorir a festa. “Me sinto muito bem em fazer esse trabalho junto com toda a minha família. Sempre brinquei carnaval”, falou. Num ateliê montado em casa e com a ajuda dos filhos, ele produz vinte máscaras de carnaval por dia. “Estou relembrando o que aprendi a fazer há 50 anos”, disse.

Fonte: atarde