O delegado titular da 1ª CP de Vitória da Conquista, Fabiano Santos Aurich, descartou a possibilidade de ter havido atentado contra a promotora Genísia Oliveira, da Promotoria Regional da cidade. Na conclusão do inquérito que investigou o caso, o delegado refuta as hipóteses de tentativa de assalto, de homicídio provocado por desafeto ou tentativa de marginais para incriminar ainda mais os investigados no processo presidido pela promotora.
No documento, o delegado ainda levanta uma quarta linha de investigação. “Na estranheza dos fatos, e como se pode observar nas fotos, tornou se obrigatório constar uma outra hipótese: possibilidade de ter sido fabricada a notícia do atentado”, relata Aurich no texto de conclusão do inquérito.
Responsável pela denúncia de dez policiais pela participação em 11 homicídios e desaparecimento de três adolescentes, a promotora afirmou que seu veículo SW4 (JFS-5222), dirigido por seu marido, João Alberto Sodré, foi atingido por dois disparos feitos por homens em uma motocicleta, por volta de uma hora da madrugada do dia 5 de maio. Na manhã seguinte foram cumpridas as prisões dos policiais supostamente envolvidos nos crimes. Em seus depoimentos, Genísia e João Alberto sustentam a versão do atentado.
Mas todos os outros depoimentos colhidos, além das provas periciais,apontam para sentido contrário. A polícia ouviu três funcionários e o dono da oficina para onde o veículo foi levado e nenhum deles afirmou ter visto marcas de perfurações no para choque. A peça foi cortada e ficou mantida na casa da promotora por três dias “para cautelar provas”, como afirmou em entrevista a uma rede de TV no dia 8 de maio. Na ocasião, apresentou o para-choque com duas perfurações e chamou de “incauto” o secretário da Segurança Pública, César Nunes que, na véspera, havia afirmado não haver provas materiais do suposto atentado. Nunes não quis comentar o assunto ontem.
A perícia informa que “não há elementos de convicção material que evidenciem danos provocados por objetos perfuro-cortantes”. O documento assinado pelo perito criminal, Mário Nilo Mendes conclui que os orifícios foram causados por “ação pérfuro contundente”, atuando de baixo para cima e da porção anterior para a posterior.
06 PM's contiuam presos em Salvador por conta das acusações da Promotora Genísia.
fonte:
Valmir Hupsel - Jornal A Tarde