Geddel quer investigação sobre operador do Governo Wagner
A denúncia a que se referiu o ministro foi feita pelo jornalista Cláudio Humberto, em seu blog. A nota afirma que um amigo do governador, conhecido por Mendoncinha, mas que também se apresenta como Chico, seria operador de interesses no Governo da Bahia. “A polícia já foi acionada para saber quem é essa figura? É operador de quê? A mansão que estaria construindo, segundo o jornalista, em Alphaville, sem lastro financeiro, seria fruto dessas operações?”, indagou Geddel.
O ministro abriu o seu comentário afirmando que “deve ser aplaudida qualquer iniciativa para se combater casos de fraudes e mau uso do dinheiro público”, mas com a ressalva de que a investigação deve atingir “a todos sem distinção, apontar culpados, seja quem for, sustentando-se em provas robustas que permitam a Justiça condenar os corruptos” e identificou a Operação Expresso como sendo “uma operação policial com claro viés político”, com um inquérito “nitidamente dirigido para se constranger politicamente os adversários daqueles que detém o poder de polícia”.
Geddel chamou a atenção para a entrevista concedida sobre a operação, pelo governador a um programa de TV, no qual Jaques Wagner afirma ter tido conhecimento prévio das supostas irregularidades, mas que não tomou providências para apurar, o que só fez “depois que o tempo passou”, quando recebeu uma denúncia anônima.
“Ele disse que chamou os supostos envolvidos e avisou antes. Mas chamou a quem? Os funcionários que estariam envolvidos nos problemas que ele tomou conhecimento? Os empresários participantes do suposto esquema de desvio de recursos públicos? Como chegou aos ouvidos do governador que haveria problemas num órgão do seu governo? E mais grave ainda, porquê, naquele momento, o governador não mandou a sua polícia iniciar uma operação para investigar a suspeita de bola no seu governo? Para proteger aliados supostamente corruptos, porque era aquela a conveniência do momento? Para guardar munição e chantagear os aliados de então, se estes decidissem tomar outro rumo no futuro? Ou por mera leniência? Porque, na linguagem do governador, só depois que o tempo passou e o PMDB deixou o governo é que ele mandou a sua polícia investigar a denúncia que chegara aos seus ouvidos lá atrás e agora reaparecia como denúncia anônima?“, questionou.
Segundo o ministro, ao não determinar a apuração imediata da denúncia de supostas irregularidades na Agerba, o governador teria cometido crime de prevaricação e improbidade administrativa. Geddel fez outra referência ao jornalista Cláudio Humberto, que no dia 8 de agosto, também em seu blog, denunciou “o renascimento na Bahia de uma central de grampos para perseguir”, semelhante a que o ministro denunciou em 2003. E, para comprovar o objetivo político da operação expresso, citou outros casos de denúncias não investigados relacionados a aliados do governo.
“E a denúncia de superfaturamento de compras na Bahiapesca? Quando veio a público, fruto de uma briga política, o governador tratou a denúncia como roupa suja que deve ser lavada em casa. Ele já chamou os envolvidos para alertar? Mandou a polícia investigar? Ou vai esperar o tempo passar para, dependendo do comportamento dos seus aliados hoje, aguardar o surgimento de uma denúncia anônima para mandar apurar? E as obras de Pituaçu? E as constantes denúncias de falta de licitação na Saúde Pública Estadual, de beneficiamento a ONGs. A polícia foi acionada para investigar?”, indagou.
No encerramento do seu comentário, o ministro voltou a defender a necessidade de apoio “a todas as iniciativas de combate a corrupção”, mas garantiu que vai enfrentar qualquer tentativa de intimidação política. “Quem conhece a minha história sabe que covardia não está entre os meus defeitos”, afirmou Geddel.
Ouça o comentário do ministro Geddel Vieira Lima
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