Situação crítica no centro cirúrgico do Hospital Municipal Maria Amélia Santos, determinou fechamento
O Hospital Municipal Maria Amélia Santos, no município de São Felipe (a 160 km de Salvador), único municipalizado no Recôncavo, foi inaugurado há 32 anos e nesta quinta-feira, 22, se encontra em estado precário. A falta de infraestrutura na unidade levou a Vigilância Sanitária a fechar, em novembro do ano passado, o centro cirúrgico, que possui paredes revestidas com azulejo, portas com maçanetas inadequadas, sala de esterilização no mesmo setor e torneiras condenadas pelo Ministério da Saúde.
“O recomendado pelo Ministério da Saúde é pintar as paredes com tintas acrílicas para não acumular bactérias; as maçanetas têm de ser abertas com o cotovelo ou com os pés, a sala de esterilização não pode funcionar ao lado do centro cirúrgico, e o correto é manusear torneiras por sensores ou usar os pés para acionar a abertura”, explicou o secretário de Saúde, Rogério Barbosa.
Segundo Cláudia Lessa, diretora administrativa da unidade, quando a atual administração assumiu, o hospital, que é de pequeno porte, estava completamente sucateado. “Adquirimos alguns equipamentos novos, mas não temos como instalar em estrutura antiga e precária”, lamentou.
São realizados 6,5 mil atendimentos por mês e vêm pacientes da zona rural de Maragojipe, cujo hospital da Santa Casa está fechado para reformas. “A demanda é grande porque oferecemos especialidades que outras cidades não têm, como fonoaudióloga, fisioterapeuta, nutricionista e pediatra”, disse o secretário de Saúde, Rogério Barbosa.
Um aparelho de autoclave, uma lavanderia e uma secadora industrial recém-adquiridos não estão instalados porque a estrutura do hospital não suporta equipamentos desse porte. O aparelho de raio-X quebrou duas vezes. O hospital foi do Estado até 2006, quando houve a municipalização.
Reforma - “Temos um projeto de reforma completa para o hospital em andamento, mas estamos no aguardo da liberação da verba de R$ 612 mil pelo governo do Estado”, salientou o secretário de Saúde. O hospital é mantido com R$ 27 mil repassados pelos governos federal e estadual, mais R$ 60 mil de Autorizações de Internamento Hospitalar (AIHs). “Ainda temos 15% do Fundo de Participação dos Municípios, que é um valor variável. Porém nossas despesas são em torno de R$ 200 mil por mês”, ressaltou o secretário Rogério Barbosa.
Pacientes que necessitam de cirurgias de grande porte são transferidos para os hospitais de referência na região. Porém, por falta de vagas nesses hospitais, os que deveriam ser transferidos acabam sendo internados de forma precária.
Informações do Jornal A tarde .Marcadores: São Felipe